Acabei de ler este poema de Fernando Pessoa que não conhecia e achei-o lindo. Aqui fica:
"Foi um momento 
O em que pousaste 
Sobre o meu braço, 
Num movimento 
Mais de cansaço 
Que pensamento, 
A tua mão 
E a retiraste. 
Senti ou não ? 
Não sei. Mas lembro
E sinto ainda 
Qualquer memória 
Fixa e corpórea 
Onde pousaste 
A mão que teve 
Qualquer sentido 
Incompreendido. 
Mas tão de leve !... 
Tudo isto é nada,
Mas numa estrada 
Como é a vida 
Há muita coisa 
Incompreendida... 
Sei eu se quando
A tua mão 
Senti pousando 
'Sobre o meu braço, 
E um pouco, um pouco, 
No coração, 
Não houve um ritmo 
Novo no espaço ? 
Como se tu, 
Sem o querer, 
Em mim tocasses 
Para dizer 
Qualquer mistério, 
Súbito e etéreo, 
Que nem soubesses 
Que tinha ser. 
Assim a brisa
Nos ramos diz 
Sem o saber 
Uma imprecisa 
Coisa feliz."
Já não lia Fernando Pessoa, desde o secundário, claro que não é algo para se ler todos os dias, mas um poeminha de vez enquando, não faz mal a ninguém e até nos faz bem para ficarmos a conhecer a obra deste grande poeta! ;)
 
1 comentário:
Já há algum tempo que não visitava o teu blogue...
Estive a ler o passeio a Sintra, aida à Biblioteca Nacional..., mas não podia deixar de reagir ao poema de Pessoa. Também verifiquei que não tem comentários!!
Continua, Maria, a ler e a sentir a poesia. A poesia é a vida, é toda a sabedoria e todos os sentimentos em apenas alguns versos. Temos poetas magníficos e o século XX foi um expoente máximo na poesia portuguesa.
Continua.
Beijinho
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