19 de julho de 2013

Os vizinhos

Tenho uns vizinhos muito sui generis..
Um está sempre de estores fechados, sai sempre todo aprumadinho e com litros de perfume em cima... mas daquilo que o conhecemos não é muito boa pessoa.
Depois tenho 2 padres e a senhora que vive com eles. A senhora, é uma cusca do pior, sabe sempre tudo o que se passa, a que horas entrámos e saímos. Sente-se dona do prédio.
Os da frente, têm um passado que deixa muito a desejar, entre álcool, drogas e prostituição.
Quando chegámos a este prédio a tal senhora disse-nos cobras e lagartos dos nossos vizinhos da frente.
A casa era de uma senhora doente e velhinha (que faleceu há cerca de 2 meses, mais coisa menos coisa), eles sei lá como, conseguiram entrar em casa dela e ficar por lá a cuidar da velhota.
Pelo que nos deram a entender, até cuidavam muito bem da senhora, tão bem que ela lhes deixou a casa em testamento.
Nunca tivemos razão de queixa destes vizinhos, connosco eram sempre simpáticos. Adoravam o J. ofereciam-lhe montes de coisas.
Assim que a senhora morreu, nos primeiros dias batiam-nos muito à porta, estavam esperançados que lhes emprestássemos dinheiro para eles passarem a casa para nome deles e que posteriormente lhes comprássemos a casa (eles querem muito sair daqui). O G. até chegou a ir ver a casa.
O sr. chegou a dizer que não sei quem lhe tinha oferecido não sei quanto pela casa para ver se nos chegávamos à frente. Até podia ser um bom negócio. Até podíamos ter falado com algumas pessoas para nos emprestarem o dinheiro, mas a casa precisa de obras, não íamos ter dinheiro para as fazer e não se afiguram tempos melhores.
Com o passar do tempo, foram desaparecendo, no outro dia bateram-me à porta para pedir dinheiro (era algo que faziam com alguma frequência durante o tempo em que a velhota foi viva) e emprestei como sempre o fiz quando tinha. Não emprestei a quantia pretendida mas emprestei.
Desde aí mal os vejo.. antigamente por vezes, ouviam o J. na escada e quando chegávamos já estavam de porta aberta para falar com ele, para lhe dar um chupa, para lhe mostrar os gatos.. enfim, para qualquer coisa.
Somos administradores do prédio à dois anos e este ano, por unanimidade, decidimos passar a gestão de condomínio para uma empresa, por causa disso, foi necessário escrever mais atas do que o normal, dar mais recados, etc, etc.
Uma das coisas que nós (eu e o G.) queríamos era que se começasse a utilizar o caixote do lixo do prédio. Ninguém se opôs (a não ser a senhora que vive com os padres..mas essa não manda nada).. numa das atas ficou escrito que se iria começar a utilizar o caixote, mas que era preciso ter alguns cuidados, blá blá blá.
Por duas vezes, o caixote começou a cheirar muito mal.. um saco estava mal fechado e entornou-se qualquer coisa.. Falámos com as pessoas e o G.lavou o caixote.
Este fim-de-semana alguém utilizou o caixote e não o colocou na rua para ser recolhido.. esteve lá lixo dentro não sei quanto tempo, mas o tempo suficiente para começar a cheirar terrivelmente mal pelo prédio inteiro. O caixote ficou 1 dia inteiro na rua porque não se aguentava o cheiro.
Sendo os administradores residentes, resolvemos colocar um papel onde constavam as normas e regras de utilização do caixote.
Claro que a sra. cusca, percebeu logo quem tinham sido os autores do mau cheiro, segundo ela, o sr. do r/c não seria porque ele não utiliza o caixote do prédio, ela também não (mentirinha...já foi apanhada a colocar lixo lá dentro.. não há problema nenhum e o caixote é para todos utilizarem mas ela não se assume!!) e tendo em conta que o papel tinha sido colocado por nós só sobravam os outros.
Ontem, para meu azar, ela apanhou-me na escada, esteve 15 minutos a falar do lixo e do mau cheiro e dos vizinhos e isto e aquilo. Respondi-lhe que a nós não interessava saber quem tinha sido, a única coisa que pedíamos a todos era cuidado na utilização do caixote.
Os vizinhos da frente estão completamente incompatibilizados com a sra cusca e com o Pe. não sei (e não quero saber) o que se passou, mas quando aqui chegámos ao prédio já era assim. O vizinho por vezes, berra que se desunha a dizer mal desta vizinha e que faz isto, aquilo e aquelotro. E o Pe. sem culpa nenhuma vem sempre ao barulho.
Estava eu a ir deitar-me e chega a vizinha da frente (num prédio antigo ouve-se tudo e para além do mais, o quarto dá para a escada e ainda mais se ouve..)
Percebi pela conversa que ela e a sra. cusca se encontraram e a sra. cusca (que gosta muito de dar recados) deve ter falado do caixote..
Bem, o sr. começa numa berraria pegada, primeiro a insultar a sra. cusca e o Pe. De repente, começam a falar de mim e do meu marido. Ela sempre a tentar acalmar os ânimos e ele sempre aos berros e a insultar.
O meu marido, safou-se, continua a ser um "anjo" (palavras dele) e eu passei de bestial a besta. Depois já falava mal dos dois, que tínhamos dinheiro e carro, e sei lá mais o quê, mas que isso não nos fazia mais que ele e não nos fazia ser donos do prédio.
Os insultos foram tantos que me vi obrigada a sair daquele quarto, não estava para ouvir aquilo e disse cada coisa..Assim  que mudei de quarto deixei de os ouvir.
Hoje de manhã, ele tentou chamar a atenção fazendo barulho no hall do prédio, na tentativa que alguém aparecesse. Ninguém lhe deu troco e ele parou. Até agora não se ouviu mais.

A única coisa que me custou no meio disto tudo, foi tudo aquilo que ele disse de mim, senti-me completamente caluniada e ofendida.
Sei que ele estava na casa dele, mas a verdade, é que quando eles precisaram nós estávamos cá e assim de repente, eu passei de bestial a besta.
O que vale é que ele é daqueles que "ladra mas não morde".
Há que ignorar e esperar que não volte a acontecer!

1 comentário:

Analog Girl disse...

Fogo... e eu que acho que tenho azar com a minha vizinhança...Boa sorte Mary, não há paciência para gente assim. Ignora-os e faz a tua vidinha sossegada. Não vale a pena.